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Comunicação não violenta e empática: tendência ou necessidade real nas corporações?
O Relatório de Sustentabilidade Humana e Produtividade Consciente no Trabalho, realizado pela Reconnect em parceria com a Pin People, revelou um dado alarmante: a ansiedade é o sentimento mais associado ao ambiente de trabalho. Além disso, 2 em cada 3 participantes afirmaram que deixariam o emprego atual caso surgisse a oportunidade de trabalhar em uma empresa que priorizasse mais o bem-estar, mesmo se o salário fosse igual ou menor. Considerando que o Brasil é destaque na OMS como o país mais ansioso do mundo, essas estatísticas reforçam a urgência de uma mudança na cultura organizacional, dando maior ênfase ao cuidado […]

O Relatório de Sustentabilidade Humana e Produtividade Consciente no Trabalho, realizado pela Reconnect em parceria com a Pin People, revelou um dado alarmante: a ansiedade é o sentimento mais associado ao ambiente de trabalho.
Além disso, 2 em cada 3 participantes afirmaram que deixariam o emprego atual caso surgisse a oportunidade de trabalhar em uma empresa que priorizasse mais o bem-estar, mesmo se o salário fosse igual ou menor. Considerando que o Brasil é destaque na OMS como o país mais ansioso do mundo, essas estatísticas reforçam a urgência de uma mudança na cultura organizacional, dando maior ênfase ao cuidado com a saúde mental das equipes.
Uma grande mudança nos valores profissionais vem sendo observada, com a saúde mental tornando-se um fator central para decisões de carreira. Muitas empresas ainda não conseguem atender às necessidades emocionais e psicológicas dos colaboradores, colocando em cheque a sua capacidade de promover ambientes seguros e sustentáveis.
Bem-estar mental como fator decisivo na retenção de talentos
O fato de que dois terços dos brasileiros trocariam de emprego apenas por melhor bem-estar mental demonstra que esse já não é mais um diferencial opcional. Empatia, suporte psicológico, ambientes seguros de comunicação não são extras, são vantagens competitivas essenciais.
No mesmo relatório, quando questionados sobre a quem reportam os desafios, apenas 2,5% dos respondentes utilizam o RH da empresa como suporte. Mais de 40% conversam com amizades próximas (23,4%) ou familiares (25,9%), evidenciando uma dificuldade de comunicação, além da falta de confiança e acolhimento no ambiente corporativo.
Enquanto isso, a pesquisa Comunicação Interna Trends 2025, da Progic e Indicafix, revela uma dificuldade das empresas em se conectarem aos colaboradores: para 53,9%, o maior desafio da comunicação interna é justamente alcançar a todos. Essa missão é ainda mais complicada em organizações com grande número de funcionários, reforçando a necessidade de estratégias de comunicação mais efetivas.
Comunicação não-violenta: a solução para fortalecer relações corporativas
Só falar não é o suficiente. É preciso também criar espaços seguros para que o colaborador compartilhe suas dores e necessidades, e realmente ouvir e acolher o que ele tem a dizer. Em um contexto em que cerca de 70% dos problemas nas empresas são causados por falhas de comunicação, a comunicação não-violenta (CNV) surge como o caminho para fortalecer relações de trabalho pautadas no respeito, compreensão e benefício mútuo – quanto mais ouvido e acolhido o colaborador se sente dentro de uma empresa, mais motivado e engajado ele se torna.
Esse tipo de comunicação foi desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosenberg, que identificou o papel fundamental da linguagem nas relações humanas. Devido à grande eficácia, atualmente a CNV tem sido cada vez mais valorizada no ambiente corporativo, promovendo grandes mudanças no bem-estar e produtividade das equipes.
Os 4 pilares da CNV
A comunicação não-violenta se baseia em quatro pilares que vão definir o passo a passo da sua aplicação prática.
- Antes de tudo, observe. Analise as situações sem julgamentos ou avaliações, apenas pelo fato em si. Essa etapa consiste na descrição imparcial da situação, evitando distorções que podem gerar um conflito.
- Expresse os sentimentos em relação à situação de maneira honesta. Ao demonstrar sua vulnerabilidade, sem ataques, você se conecta com o outro e abre espaço para que ele apresente a sua versão com sinceridade.
- Em seguida, identificar as necessidades é a terceira etapa da CNV. Reconhecer as necessidades individuais e coletivas auxilia no processo de alinhamento de metas e expectativas, além de contribuir para um ambiente mais colaborativo.
- Por fim, formule pedidos de forma clara e específica. Sem rodeios, sem aberturas para múltiplas interpretações ou dúvidas. Isso vai fortalecer a responsabilidade e o comprometimento das partes envolvidas, sendo um passo fundamental para o sucesso da estratégia.
Investir em saúde mental e comunicação efetiva há muito tempo deixou de ser uma tendência. Hoje é uma necessidade real para empresas que buscam retenção de talentos e produtividade sustentável, e as organizações que implementam práticas não-violentas criam ambientes acolhedores e observam colaboradores mais engajados, motivados e comprometidos, gerando uma cultura corporativa cada dia mais saudável.
Leituras recomendadas:
- Relatório de sustentabilidade humana e produtividade consciente no trabalho
- Comunicação Interna Trends 2025
Perguntas Frequentes (FAQ)
Quais estratégias práticas as empresas podem adotar para reduzir a ansiedade dos colaboradores, além da CNV?
Programas de bem-estar mental, como acesso a psicólogos, grupos de apoio, horários flexíveis, pausas conscientes e mindfulness são algumas estratégias que evitam a sobrecarga de trabalho. O objetivo é construir um ambiente que combine suporte emocional e práticas de saúde integradas ao dia a dia corporativo.
Como medir se as iniciativas estão realmente funcionando na empresa?
É possível monitorar os resultados por meio de pesquisas internas de clima organizacional, indicadores de engajamento, taxas de rotatividade, absenteísmo e produtividade, além de feedbacks qualitativos dos colaboradores. Também é útil implementar check-ins regulares com líderes e equipes para avaliar se as ações estão sendo efetivas e ajustar estratégias conforme necessário.
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